Pensando outro dia resolvi partir de um pressuposto que seria a idéia de que se talvez pudéssemos por alguma vez fazer tudo da forma como gostaríamos, talvez o mundo seria pior do que ele é.
Pensei que a frase acima evidencia claramente uma antropologia mais " a la Hobbes" que "a la Rosseau", mas demonstra um certo "teor Freudiano" em relação a própria sociedade. (uma espécie de pessimismo frente ao próprio homem e as pulsões que o move). A limitação que sofremos se coloca como moldadora da nossa personalidade, mas ao meso tempo nos impulsiona a não querer nos sucumbir diante dela.
Paradoxo curioso diante da vida que todos nos tornamos invariavelmente fracos diante dele, e dessa forma agimos sem saber direito nesse emaranhado estranho entre desejo (de não sucumbir diante da limitação) e limitação (imposta pela própria estrutura social, biológica, etc. que vivemos) e isso nos constitui de forma inexorável.
As vezes, na tentativa de resolvermos tal paradoxo, remetemos este paradoxo não a algo próximo ou até mesmo intrínseco a nós mesmos, mas a uma causa além de nós, gerando uma culpa por sermos como somos (interessante porque se não somos os responsáveis por sermos como somos, a culpa não deveria estar ali), mas também colocando como uma espécie de "pecado de rebeldia" tudo que contrariaria as determinações a que estamos submetidos. Afinal, qualquer mudança neste cenário se constitui como rebeldia, não contra o indivíduo, mas contra a fonte de onde tudo provém.
Uma espécie de "rebeldia ontológica" que nasce de uma insatisfação, da percepção de não-onipotencia do sujeito diante da realidade. Claro que para se rebelar ontologicamente contra a "fonte de onde tudo provém" é preciso pressupor a existencia de tal fonte. Um compromisso existencial que precederia a rebeldia ontológica.
É como se o sujeito quisesse ser onipotente, mas não pudesse. A figura de Deus aparece então como aquele que se coloca como onipotente. A revolta se manifesta portanto contra Ele. Obviamente que esta atribuição a um Outro pressupõe um distanciamento de mim como causa sui da minha dinâmica. A "rebeldia ontológica" pode se fazer de mecanismo de defesa caindo então em um problema às vezes maior.
Mas como nascem os deuses? Apenas como personificação da rebeldia? Claro que não. Os deuses também nascem como personificação do amor, da bondade e de outras coisas que estão longe de qualquer tipo de rebeldia.
Estes eram alguns pensamentos esparsos, muito sem sentido a meu ver, mas que nem por isso deixa de ser interessante a se compartilhar. Querendo ir para vários lugares, talvez não tenha chegado a lugar nenhum. Sinceramente nem sei se seria interessante alguém ler este texto, mas...
Mas como nascem os deuses? Apenas como personificação da rebeldia? Claro que não. Os deuses também nascem como personificação do amor, da bondade e de outras coisas que estão longe de qualquer tipo de rebeldia.
Estes eram alguns pensamentos esparsos, muito sem sentido a meu ver, mas que nem por isso deixa de ser interessante a se compartilhar. Querendo ir para vários lugares, talvez não tenha chegado a lugar nenhum. Sinceramente nem sei se seria interessante alguém ler este texto, mas...
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