"Nada é mais sério do que uma festa: nada concilia e emblema melhor a dupla paixão humana pela liberdade por um lado e pelo ritual por outro. Uma festa é um dia programado para ser fora do programa, e essa contradição encarna mais do que qualquer outro aspecto da cultura os contrastes da condição humana.
Os antropólogos entenderam há muito tempo o engano que seria continuar dividindo festas populares entre sagradas e profanas, visto que cada festa que encontrou ocasião de se entremear no calendário das gentes celebra a seu modo uma entrada no domínio do que não pode ser dito, visto ou explicado: o domínio do sagrado, que só pode ser explorado indiretamente.
Uma festa é um encontro que marcamos com aquilo na experiência que não pode ser articulado de outra forma: um encontro com o que só podem expressar a deliberada pausa, o deliberado excesso, o abraço, a risada, a cantoria, a dança, o beijo, o copo erguido para o alto, o banquete, o jogo, a fantasia, a música, a máscara, o cortejo com o caos, a dança com a morte, o balé da alegria de todos os fins e de todos os recomeços. Uma festa é a encenação ritual de um final feliz, e os seres humanos não esboçaram tema ou motivo mais sagrado."
Paulo Brabo http://www.baciadasalmas.com/2014/o-mundo-ao-reverso-e-outros-versos/
Festejemos a sacralidade da vida,
os momentos felizes,
os anos que se vão.
Festejemos o tempo que passou
a lágrima que caiu
os amigos e os irmãos
Festejemos a esperança no porvir
Festejemos! Pois assim nos renovamos
Para o novo ano que se inicia.
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