quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Incompetência







Ah se desse texto saísse poesia ...
Se através destas palavras conseguisse dizer algo que mudasse a vida de alguém

Mudasse minha vida, mudasse algo...


Mas estas palavras acabam por serem vãs

Destituídas de conteúdo que excedam os sentimentos de quem as escreve.


Ah se elas expressassem pelo menos os sentimentos de quem as escreve... Isso já seria por demais objeto de felicidade, mas penso que nem isto consigo com elas.


Não sei porque escrevo, apenas o faço na tentativa de expressar meras palavras vãs que pretendem ser algo mais do que meras palavras vãs.


Pura demonstração de incompetencia.


Duvidam? Apenas olhem para o texto novamente. Não consegui fazer destas palavras algo que não fosse vão.

sábado, 23 de outubro de 2010

A um irmão querido





É, lá se vão 18 anos.

Lembro do seu primeiro dia, lembro de ter te visto envolto naqueles lençóis, chegando em uma casa pela primeira vez.

Tudo novo, olhos fechados, e como tudo na vida, aqueles olhos se abriram rapidamente, e começou a contemplar o mundo.

Mundo novo para uma pessoa nova.

E os tempo passou...

E as brincadeiras foram muitas, os choros foram muitos, as preocupações foram muitas, mas em todos esses momentos bons e ruins podíamos perceber algo de bom florescendo, algo divino acontecendo, um caráter se formando, uma visão de mundo sendo adquirida.

E nisto, nos sentíamos orgulhosos, nisto os nossos corações se alegravam.

Foi bom te ver crescer, poder estar contigo neste tempo todo, poder te ajudar a se tornar uma pessoa amável, querida por muitos, líder de vários.

Que nesta nova fase que se inicia em sua vida, você possa lembrar do que foi ensinado, que seu coração possa guardar os conselhos dados.

"Sobre tudo o que deve guardar, guarde seu coração", já dizia o provérbio bíblico.

Espero que mesmo se o nada algum dia vier sobre você e a angústia tentar te dominar, você se lembre que existem pessoas que te amam e sempre torcerão para o seu bem.

Fico muito feliz e grato a Deus que permitiu que você viesse ao mundo, crescesse, aprendesse boas coisas e fosse acima de tudo meu irmão.

Talvez estas pequenas palavras que me trazem tão boas memórias e faz meus olhos encherem de lágimas não consiga expressar no momento o que quero, mas sei que compreenderás a intenção do gesto simples.

É bom te ter por perto, é bom te ter como irmão. Te amo meu irmão querido!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Profissionalismo nas baias







No início apenas uma baia, nada além dela,
Falta de humanidade como qualquer outro objeto.
Nela nada havia que nos impressionasse ou nos causasse espanto
Era simplesmente uma baia.

Os materiais se espalham nela,
Tesoura, furador, corretivo, grampeador, nada de diferente do que vemos em todas as baias
Há também vários papéis presos em suas divisas
Reflexo apenas da falta de organização que assombra o lugar onde a baia se encontra.

A falta de humanidade na baia também reflete apenas a falta de humanidade do lugar
Símios fariam o trabalho do habitante da baia. Símios talvez até fariam melhor tal serviço
Pelo menos sobre eles não recairia a tristeza pela falta de humanidade.

Já pensei outra vez em robôs...
Sobre eles também não recairia tal necessidade de se mostrarem humanos
Afinal, eles seriam robôs

Engraçado que sempre nos "vangloriamos" por sermos humanos
Sermos dotados de razão, sentimentos, podermos nos importar com os outros e outras coisas
mas pra que isso se não nos importamos?

Sempre me intrigou muito a divisão que fazemos entre "ambiente de trabalho" e "outros ambientes". Acho que esta divisão apenas reflete o diagnóstico de Marx ao enfatizar o caráter alienador do trabalho na sociedade capitalista.

No trabalho somos pessoas diferentes, lá não cabe contatos humanos profundos, lá não é lugar de exercer preocupação com os outros, lá não é lugar de brincadeira, lá não é lugar de risos, ( a não ser pequenos momentos e mesmo assim, contidos) lá nos transformamos em robôs, símios, ou qualquer coisa que não humanos.

Abrimos mão da humanidade sem perceber. E o pior é chamarmos essa falta de humanidade de "profissionalismo". Seremos "bons profissionais" se deixarmos de ser humanos. Troca injusta na minha opinião, mas almejada pela maioria das pessoas. Elas querem ser bons profissionais.

Claro que elas querem ser boas pessoas também, mas isso só é válido para fora do ambiente de trabalho. O lugar de serem bons humanos é longe do trabalho. Lá é lugar de serem profissionais.

Claro que tal antagonismo não é sempre visto de forma tão oposta. Conheço pessoas que são bons humanos, e bons profissionais no mesmo ambiente. Estas estão cada vez mais raras.

Profissionalismo que nos transforma em seres não-humanos? Triste alienação vivida por nós todos os dias.

Baia. Mera baia. Tão não-humana como vários de nós, que em nome do excesso de profissionalismo negamos nossa humanidade.

Onde estou enquanto falo isso? Na baia tentando ser humano.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Rio





Vá rio, siga seu caminho....
Leve para longe as águas que há pouco trouxeram refrigério.
Traga novas águas para banhar nossas tristezas, nos lavar e nos deixar felizes
Vá rio, mude enquanto permaneces o mesmo. Ilustração de nós mesmos visto em forma de natureza.
Nós que também somos natureza e não percebemos.


Talvez Narciso não tenha se visto na beira do rio e se jogado porque se apaixonou por si, talvez ele tenha visto apenas que ele era rio também e quis se jogar para tentar voltar a ser tão simples como a natureza. Tentativa exterior desesperada de algo que se encontra olhando para dentro.


Vá rio, cruze os montes, as colinas, os vales, corte o caminho por meio do misterioso, passe por lugares nunca antes visitados, e que talvez somente por ti volte a ter vida novamente.
Vá rio, transforme morte em vida, ressuscite os mortos, dê descanso aos cansados, refrigério aos abatidos, beleza ao mundo, paz aos atribulados...


Vá rio, que por onde passar os campos floresçam, as flores brotem e nada mais seja do jeito que foi.


Oh beleza da simplicidade, beleza do rio que corre sem propósito. Nasce tão pequeno e adquire tão grande dimensão. Nasce escondido e se mostra de forma tão simples...


Vá rio, nos ensine a ser simples como tu, silenciosos que mantém a beleza num mundo tão agitado e cheio de palavras.


Quem sabe um dia aprenderemos contigo o valor da constância e então seremos rios também que trará descanso aos cansados, refrigério aos abatidos...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pensamentos que tive sentado no banco da praça






Bancos da praça,

ali tão sólidos. Tão constantes, tão passivos enquanto tudo passa.
Demonstração de passividade, quietude, calma.
Sempre permanecendo enquanto tudo passa. Ser de Heráclito e Parmênides tipificado em plena avenida movimentada.
Bancos onde pessoas sentam, deitam, conversam, vêem o tempo passar...

Sempre aprendi que o ideal da vida cristã seria como os bancos da praça. A completa passividade diante dos acontecimentos do mundo. O ser da fé inabalável enquanto todas as coisas parecem mudar, às vezes para melhor, outras para pior.
Mas o bom cristão seria como os bancos da praça. Sua fé não seria abalada por nada, sua certeza no "funcionamento" das coisas garantiria a ele a segurança tão almejada.
Como uma casa firmada sobre a rocha que não cairá por mais que a tempestade o perturbe, por mais que a dificuldade lhe sobrevenha.

Ah se soubéssemos que a rocha nada mais é que areia condensada com o tempo. Que da mesma forma que quem constrói sobre a areia, i.e, fragmentos de rocha está propenso a cair, da mesma forma quem constrói sobre a rocha, constrói sobre areia condensada pelo tempo. Vacuidade das nossas constuções.

Areias que se transformam em rocha. Sentimentos que se transformam em ontologia. Fé que se transforma em certezas.


Ah bancos da praça.

Mas de repente percebo que as coisas não são assim. Que fé não é certeza. Muito pelo contrário, fé é incerteza. Incerteza que move o homem em direção àquilo que ele não conhece, mas confia piamente que seja de determinada forma. Ou como dizia Kierkegaard, fé como um salto no escuro.
Percebi que a vida cristã não deve ser como o banco da praça. Não deve estar alheio ao mundo, não deve ser simplesemente um porto seguro enquanto todas as outras coisas passam, mas deve fazer diferença no lugar onde está. Deve também se importar com o mundo, mudar, interagir.

Às vezes será necessário que ele seja como um banco da praça, onde as pessoas possam recostar sua cabeça, descansar, ter um momento de tranquilidade, mas outras vezes deverá ser aquele que se mostra indignado com as coisas que acontecem ao seu redor, e agir em função deste acontecimentos.

Mediania aristotélica. Ética situacionista. Vacuidade da vida. Vanités des vanités

Pequenos pensamentos que passaram pela minha cabeça enquanto sentado no banco de uma praça.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

thoughts about her






Se um dia a vida sorrir pra mim da mesma forma que vc o faz


Que dia maravilhoso esse será.




Se em algum dia ela me tocar como você o faz,


Se ela me disser o que vc diz


Se ela se abrir como você faz


Que alegria será para mim




Quanto já esperei por dias melhores...


E nesse tempo, um abismo parecia se formar entre mim e o futuro


Mas mesmo ali, mesmo diante do abismo,


sabia que se para ti eu olhasse,


o mundo pareceria melhor,


A vida re-criaria sentido, o sol brilharia e nada mais me assustaria




Como a história da serpente levantada no deserto


Que sarava a todos os que para ela olhassem




Se para ti erguesse minha voz, já fraca pelas circunstancias


Me ouviria, e diria palavras que criaria novos mundos


Me daria novas perspectivas com as quais nunca teria imaginado se não fosse por você.




Talvez te ame mais que a vida


Talvez só ame a vida por causa de ti


Se um ou outro não importa,


Apenas fique perto de mim.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

You're Back !!!!








Ei, você voltou !!!! Nossa, quanta falta você fez.
Fico pensando às vezes por onde você andou, o que estava fazendo nesse tempo distante.
Quantas aventuras, quantos pensamentos, quantas reflexões...
Aparentemente, não parecia estar te fazendo bem o tempo que passou fora.
Não sei, vai entender...
Mas o importante é que você voltou !!!
Senti saudades suas. Foi um tempo relativamente curto, mas todo tempo com pessoas que se gostam é importante, e todo tempo em que elas estão longe da gente parece ser uma eternidade.
Imagino que estava fazendo algo importante, que precisava distanciar um pouco, precisava pensar em si, talvez em assuntos cruciais para uma boa vida... salvar o mundo... Se salvar do mundo... Sei lá...
Claro que preferiria se você não tivesse de ter partido para fazer esta reflexão. Gostaria que estivesse ficado por perto, mas tudo bem.
O importante é que você voltou. E com sua volta, várias coisas voltam. E gosto muito das coisas que voltam com a sua volta.
Fique! tome um café, coma algo, conversemos, brinquemos novamente, tentemos em vão resgatar o tempo que passou, mas sem a obrigação de fazê-lo. Dancemos novamente a maravilhosa dança da amizade.
Que bom que você voltou !!!! Seja bem-vinda novamente !!!