sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Rio





Vá rio, siga seu caminho....
Leve para longe as águas que há pouco trouxeram refrigério.
Traga novas águas para banhar nossas tristezas, nos lavar e nos deixar felizes
Vá rio, mude enquanto permaneces o mesmo. Ilustração de nós mesmos visto em forma de natureza.
Nós que também somos natureza e não percebemos.


Talvez Narciso não tenha se visto na beira do rio e se jogado porque se apaixonou por si, talvez ele tenha visto apenas que ele era rio também e quis se jogar para tentar voltar a ser tão simples como a natureza. Tentativa exterior desesperada de algo que se encontra olhando para dentro.


Vá rio, cruze os montes, as colinas, os vales, corte o caminho por meio do misterioso, passe por lugares nunca antes visitados, e que talvez somente por ti volte a ter vida novamente.
Vá rio, transforme morte em vida, ressuscite os mortos, dê descanso aos cansados, refrigério aos abatidos, beleza ao mundo, paz aos atribulados...


Vá rio, que por onde passar os campos floresçam, as flores brotem e nada mais seja do jeito que foi.


Oh beleza da simplicidade, beleza do rio que corre sem propósito. Nasce tão pequeno e adquire tão grande dimensão. Nasce escondido e se mostra de forma tão simples...


Vá rio, nos ensine a ser simples como tu, silenciosos que mantém a beleza num mundo tão agitado e cheio de palavras.


Quem sabe um dia aprenderemos contigo o valor da constância e então seremos rios também que trará descanso aos cansados, refrigério aos abatidos...

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