Fonte da imagem: https://veja.abril.com.br/revista-veja/a-licao-de-pirro-para-2018/
Pirro
de Élida, foi um dos grandes filósofos da antiguidade, que trouxe
uma novidade no pensamento grego antigo. Mesmo sendo considerado um
cético pelos escritores posteriores à sua época como exemplo de
Cícero, Sexto Empírico, dentre outros , a sua filosofia pode ser
considerada como cética no sentido em que aquilo que Pirro defendia
era a suspensão do juízo e a busca da ataraxia através da
adiaforia. Pirro por si só não escreveu nada, a não ser uma
poesia dedicada a Alexandre . O que nos chegou de Pirro foi escrito
por seu discípulo mais próximo Timão, que fez um relato das idéias
e dos ensinamentos de seu mestre.
Pirro,
viajou com Alexandre pelo Oriente, e isso fez uma grande diferença
em seu pensamento, uma vez que entrou em contato com o pensamento do
Oriente, especialmente com os gnosofistas, (ordem de provável origem indiana que se dedicavam ao estudo da ética e da física como prática da virtude) e segundo se falam, Pirro
presenciou a morte de Cálamo, que mesmo enquanto estava sendo
queimado, mostrava-se tranqüilo em relação a situação que estava
vivendo. Claro que não podemos esquecer da influencia de Demócrito
de Abdera e de Anaxarco que o ensinaram muitas coisas e influenciou
bastante seu pensamento como também Brison, do qual Pirro foi
discípulo.
A
principal característica de Pirro, era duvidar de tudo e ser
indiferente a tudo, (adiaforia) esse era o ceticismo de Pirro. Para Pirro a epoché ( suspensão do juízo) é caminho
que o sábio deve fazer para alcançar a paz de espírito ou ataraxia. A dúvida
cética não se referiria às aparências ou
fenômenos que são evidentes, mas em relação às coisas que nos
são ocultas. A Pirro é também atribuída os dez tropos, ou razões
da dúvida, dos quais neles se inserem as contradições do sentido.
A
vida de Pirro se caracterizou pela sua total indiferença em relação
às coisas, o seu principal propósito era a ataraxia e a busca de
uma boa regra de conduta. Segundo Pirro, para que essa ataraxia fosse
alcançada, o sábio deveria suspender seu juízo sobre as coisas. A
epoché e adiaforia são as principais características de Pirro e
que ele tentou passar a seus discípulos. Pirro se negava a discutir
com os filósofos de sua época; a sua única resposta é que ele não
sabia nada, e assim o fazia para viver uma vida isenta de
preocupações, e viver tranqüilo e feliz. Pirro fez da dúvida, um
instrumento de sabedoria, moderação e firmeza.
Os
relatos sobre a vida de Pirro, mostram que ele vivia com seu espírito
inabalável, mesmo quando as situações adversas lhe aconteciam. Sua uniformidade de alma era inalterada e praticava com serenidade
a indiferença que ensinava. Era venerado por seus discípulos por
viver de acordo com aquilo que pregava, e era isso que dava
autoridade a seu discurso.
Concluindo,
ao contrário das religiões em sua forma mais comum, nos quais se abandonam as coisas da vida
na espera de uma recompensa, (quer tal recompensa seja pensada como reencarnação, lei de causa e efeito, vida eterna, etc.) a vida de Pirro era de indiferença,
não por causa dessa espera, mas porque via nisso uma forma de viver
feliz, era como se fosse algo de sua própria natureza essa
indiferença. Algo que fica bem notado é a influência que o
pensamento oriental e gnosofista teve na vida de Pirro juntamente com
os pensamentos de Buda. A vida de Pirro foi portanto um exemplo para
os seus seguidores, podemos afirmar que em Pirro se manifesta a ideia de que a
doçura de caráter é a última palavra do ceticismo.
Bom saber que tem textos à disposição por aqui, além do seu canal no youtube. Abraço.
ResponderExcluir