quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Já dizia Heráclito...





Finda-se.
Inicia-se.
Beleza do fim.
Beleza do início.
Olhar para trás.
Olhar para a frente.
Memória como condição da esperança.

Mudei de ares, mas não totalmente
Mudei de convívios, mas não totalmente
Mudei pensamentos, mas não totalmente
É difícil mudar-se totalmente

Mas mudei algo
E espero mudar mais
E a vida vai seguindo...

Nada é permanente, exceto a mudança. Já dizia Heráclito

Portanto, Mudemos...

Esse é a minha sugestão para 2010.

Obrigado a todos que acompanharam o blog nesse 2009.

Seguiremos em 2010, sempre mudando.

sábado, 26 de dezembro de 2009




Noite escura, solidão sobre mim. Um momento pra mim mesmo, apenas na companhia de um notebook e um ventilador. Ouvindo Michael Bubblé enquanto as horas se vão. Agora são 21:00. A noite se vai lentamente enquanto nada além da solidão me acompanha.

Quem me dera se por um acaso estivesses aqui. Talvez se estivesses online. Talvez poderíamos conversar, poderíamos trocar algumas palavras, nos apresentar novamente, nos colocarmos novamente frente a frente de forma que nos víssemos e a partir daí teríamos uma noite agradável, mesmo diante de uma solidão física.

Pena que nem sempre as coisas acontecem como planejamos.

Não digo que seja ruim ficar sozinho. Aprecio momentos comigo mesmo, na solidão desse enorme apartamento, em uma cidade que não é a minha.

Um estranho sozinho.

Felizmente não sou tão estranho a mim mesmo. Pelo menos sei conversar comigo mesmo, embora várias vezes me pegue com dificuldades para lidar comigo.

Fico me fazendo perguntas das quais já sei as respostas, tentando puxar um assunto pra falar comigo mesmo, mas eu mesmo evito de me responder.

Acho que aprendi que não preciso preencher o silêncio.

Paradoxal as vezes como as coisas funcionam. Ontem, dia de natal, maravilhoso.

Muitas pessoas, família que amo reunida, várias pessoas que gosto presentes (nunca estão todas as pessoas que gostamos presentes), presentes maravilhosos, comida maravilhosa, enfim, uma típica festa de natal.

Hoje, cá estou sozinho e nenhuma pessoa além de mim mesmo, nenhum riso, nenhum diálogo interessante, apenas comendo "Sensações" e tomando suco valle de goiaba.

Mas há algo que continuou de ontem pra hoje. Estou feliz.

Sozinho aqui, mas feliz.

Paradoxal.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Crescimento ou proliferação?






Crescimento ou Proliferação? Desafio da Igreja Evangélica Brasileira


Quando se faz um diagnóstico da igreja brasileira de hoje o que vem à tona é a forma como essas igrejas têm aumentado tanto em número, quanto em ostentação e como tem se conduzido essa hipertrofia. (no presente texto não será tratado a questão da ostentação, mas apenas o problema do crescimento numérico como alvo principal dentro das igrejas evangélicas.)

A pergunta do título deve incomodar a todos aqueles que se preocupam com a igreja brasileira.

O dicionário Larousse define os termos crescimento e proliferação, cujos significados poderemos perceber uma nítida diferença.

A definição de crescimento é:

“Ato de crescer, aumento da dimensão principal de um ser, animal ou vegetal, sob o efeito da nutrição, até chegar a um estado adulto, quando cessa esse aumento. Aumento de um rebanho pelo nascimento de filhotes. Ganho de peso vivo dos animais. Desenvolvimento, progressão”. E o significado de proliferar é: “multiplicar-se rapidamente, ter prole reproduzir-se, crescer em número.”

Será que a igreja brasileira tem crescido ou proliferado?


O que se vê hoje no Brasil é que as igrejas evangélicas brasileiras têm proliferado e não crescido.

Segundo a definição de crescimento dada acima, Infelizmente o que se vê na igreja evangélica brasileira é que na maioria delas não há o principal da definição que é o efeito da nutrição. Não há a preocupação com a nutrição no processo, e por isso a maioria dos seus membros nunca chega a se tornar adultos. Eles não progridem, não desenvolvem, que são outras características do crescimento. Há sim o aumento de meninos como descritos em Ef. 4:14,15 e I cor. 3:1-5. Meninos levados por todo vento de doutrinas, meninos que não conseguem comer comida sólida, ficando apenas a base de leite.

No entanto, o processo de proliferação é muito mais simples. É simplesmente crescer em número e se reproduzir rapidamente.

A igreja evangélica brasileira, hoje, está em um largo processo de proliferação e num período de um crescimento decadente

Algo interessante sobre o conceito de proliferação é a reprodução. O próximo ser advindo na proliferação será sempre igual ao que lhe deu origem. Portanto, qual o resultado se o ser de origem for de má qualidade? Cada vez se produzirão mais rapidamente, originando seres de má qualidade. Sob esse ponto de vista é melhor para a igreja o meio que esse crescimento proliferativo cesse. O estrago será menor no meio se este processo terminar.

O crescimento é um processo complicado. Ele exige nutrição e essa nutrição não pode ser qualquer coisa mas tem que ser um tipo de alimento específico que fará com que o ser em questão se desenvolva e progrida no desempenho de sua função e o mais importante é que, no final do processo, esse ser possa se tornar adulto.

Paulo passou pela experiência de observar que a igreja não crescia. Ele diz na sua primeira carta aos Coríntios que queria oferecer ao povo uma comida sólida, mas que eles ainda estavam tomando leite. (I cor. 3:1-5). O processo de crescimento passa primeiro pela qualidade e só depois passa pela quantidade. Quando Paulo fala aos coríntios ele está se queixando de que aquela igreja não cresceu. Ela não chegou a se tornar adulta, que é o fim do processo de crescimento.

O tornar-se adulto é ser capaz de tomar decisões, raciocinar para ver qual a melhor diretriz, ter responsabilidade sobre seus atos. Esse é o objetivo final do crescimento. Quando se está apto a tomar tais decisões com conhecimento de causa e com consciência do efeito dessa, daí pode-se dizer que se chegou à idade adulta.

Mas como chegarão a ser adultos sem nutrição? A palavra de Deus que deveria ser dada diariamente para que se cresça é negligenciada aos que têm fome, ou quando é dada, é dada de forma relapsa por meio de líderes que na maioria das vezes não sabem preparar a comida. Líderes despreparados que não manejam bem a palavra da verdade, que carecem de instrução para instruir o povo, líderes que não têm noção da responsabilidade que tem nas mãos, e, finalmente, líderes que guiam os pequeninos diretamente para a boca dos lobos.

O processo de crescimento tem outra característica muito marcante que é o tempo gasto para que o processo se conclua. O crescimento é demorado, exige esforço, e exige empenho. Ninguém espera que uma árvore cresça de um dia para o outro. O processo de crescimento da árvore é lento, exige o cuidado de quem plantou e toda uma série de procedimentos para que ela cresça da melhor forma possível. No entanto, o fruto colhido dessa árvore, ou a sombra que ela fornece quando chega a sua idade adulta não tem preço. Todo esforço é compensado no final do processo.

A proliferação já é um processo rápido e que não exige cuidado algum. O importante é que o ser gere outro igual a si independente de ser de boa qualidade ou não. O quantitativo é o importante e não o qualitativo. Por exemplo, as amebas se comportam dessa maneira. Elas simplesmente se reproduzem. Elas proliferam a cada segundo de forma exponencial, gerando seres idênticos a si mesmas.

Propostas como a idéia do G12 ilustra muito bem esse tipo de visão. Na maioria das igrejas onde esse sistema foi implantado o que se vê é uma enorme preocupação com a quantidade e muito pouca preocupação com a qualidade. O objetivo da célula é crescer e multiplicar, ela tem que proliferar. (Não é nossa intenção aqui criticar o sistema do G12, apenas tomo o exemplo por ilustrar muito bem o tipo de proliferação a qual o texto se refere. Sabemos que existem igrejas que trabalham com o sistema G12 que primam pelo conhecimento e amadurecimento na palavra, prática essa que não é muito comum na maioria das igrejas que adotam esse sistema.)

Independente do estágio que ela estiver, quando der o tempo certo ela terá que gerar outra célula igual a ela. Quer dizer, se a célula está somente preocupada em proliferar, a próxima célula herdará esse objetivo. Uma vez esse objetivo assimilado a nova célula tende a espalhar mais mal do que a célula de origem. Esse é um dos principais processos de proliferação que se vê hoje em dia.

Cada vez mais se abrem igrejas e mais igrejas com o suposto idealismo de se “pregar o evangelho a toda criatura”, mas que por trás disso se encontra nada mais do que um egocentrismo do líder que originou tal igreja.

Na maioria das vezes não se vê a igreja fazendo esforços no sentido de cooperar para que seus membros cresçam, pelo contrário, incentiva-se a proliferação.

A igreja evangélica brasileira passa por um dilema no qual ela tem que decidir se quer proliferar como as amebas ou crescer como as árvores.

Infelizmente até o momento tem se decidido pela primeira opção.


Fabiano Veliq – 13/03/2008 00:30

Não posso deixar de falar que a Michelle me ajudou na revisão do texto...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ontem li Neruda








Penso que amizade seja isso...

Transcrevo o poema,

Espero que apreciem

"Quero saber se você vem comigo

a não andar e não falar

Quero saber se ao fim alcançaremos

a incomunicação; por fim

ir com alguém a ver o ar puro,

a luz listrada do mar de cada dia

ou um objeto terrestre

e não ter nada que trocar

Por fim, não introduzir mercadorias

como faziam os colonizadores

tocando baralhinhos por silêncio.

De acordo, eu te dou o meu

com uma condição: não nos compreender"