sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Conselhos que daria a uma criança





Se o momento é de trevas, então aproveite as trevas como se lá tivesse nascido.
Tente apreciar a beleza da escuridão, o vazio tão cheio de possibilidades, o invisível devido a penumbra.
Tente caminhar, tatear, se movimentar, sem deixar que a falta de luz te impeça de seguir em frente.
No entanto, saiba que também é importante os momentos de silêncio. Apenas você mesmo e a escuridão que te rodeia. Apenas você e sua interioridade. Não entre no afã de querer sempre está em movimento, isso na maioria das vezes só te fará andar em círculos.

Saiba aproveitar a vida calma, a falta do que fazer, o ócio, o escuro.

Se o momento é de luz radiante, então aproveite como se lá tivesse nascido também. Procure fazer com que esta luz que te inunda inunde os outros também.
Procure ser a luz que é colocada sobre o alquerie, ser o tipo de luz que vinda ao mundo ilumina a todo homem. Procure irradiar beleza por onde passar, dar vistas aos cegos, libertar os cativos.

Não menospreze os que se preocupam contigo, não procure se afastar destes nos momentos de escuridão. Se eles se preocupam contigo é porque de alguma forma você é importante. Talvez ao lado deles você encontre alguma luz, talvez encontrará uma outra escuridão que lhe será amiga, que te fará sentir que há outros que habitam o escuro assim como você. Talvez isso lhe trará conforto.

Saiba que mesmo na escuridão sempre haverá a possiblidade de luz, assim como na luz radiante sempre haverá a possibilidade de sobrevir trevas.
Nada é permanente exceto a mudança, já dizia Heráclito.

Felizes aqueles que conseguem continuar dançando à medida que a vida muda sua canção. Não desista de dançar simplesmente porque a música não te agrada. Insista em fazer com que o mundo seja um melodia suave, doce aos ouvidos de quem ouve, melodia que trará paz não apenas aos conhecidos, mas à humanidade como um todo.

Doce embalo da vida ! Momentos de euforia, paz, tranquilidade, mas também momentos de dor, tristeza, desespero.

O carpe diem talvez esteja em saber passar de uma situação para outra sem perder a esperança de que no final, a dança terá valido a pena.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Em uma exposição simples e direta você mostra à criança não só a instabilidade da vida como a necessidade, para o bem dela, que ela saiba lidar com os imprevistos e revezes da vida. Sábios conselhos dados a um ser acostumado a ouvir histórias dicotômicas (bem x mal) com finais felizes e desrespeito a sua sensibilidade. Parabéns!!!!!

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  3. Obrigado pelos elogios. Fico muito feliz que tenha gostado do texto.

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