Ainda me lembro do dia em que fui lá conversar com seus pais, dizer o quanto gostava de você, e iniciamos nosso relacionamento oficialmente.
Primeiro programa juntos: Um culto. Noite de talentos da extinta UGA (União Getsemani de Adolescentes). Digo extinta, porque provavelmente a UGA que existia não existe mais, embora talvez o nome permaneça.
De lá pra cá foram outros inúmeros cultos, inúmeras reuniões departamentais, inúmeras reuniões eclesiásticas, afinal, naquela época, ambos estávamos muito envolvido com estas questões eclesiásticas, institucionais... Bons tempos aqueles, que talvez voltarão algum dia, mas não mais da mesma forma, afinal, os tempos mudaram, nós mudamos...
É óbvio que nestes 10 anos tivemos atritos, discussões, conversas importantes, decisões seríssimas a serem feitas, momentos ruins, momentos bons. Creio que se puséssemos na balança os momentos bons e ruins, os bons pesariam muito mais. Afinal, 10 anos não são 10 dias ou 10 meses. Quantos relacionamentos vimos serem rompidos no caminho, quantos divórcios, términos, recomeços já presenciamos juntos, no entanto, nós continuamos juntos. E isso é motivo de muita alegria.
Não só minha namorada, esposa, você também é minha amiga mais próxima, a pessoa em quem confio, em quem posso descansar, um porto seguro onde encontro bonança. Admiro a cumplicidade que temos, a relação saudável que mantemos.
Vários olham para o nosso relacionamento e o acham muito estranho. Nos acham 'liberais' de mais, afinal, na dinâmica da propriedade privada, até os relacionamentos tem que ter a idéia de "posse", a idéia de que o outro me pertence de alguma forma. Agradeço a Deus não termos entrado nesta dinâmica. E talvez por isso não haja esse ciúme tão corrosivo que contamina 95% dos relacionamentos que conheço. Sentimento de posse, onde o outro não "pode" não "é autorizado" a fazer determinadas coisas que não passam de meras convenções e que em nada ajuda o relacionamento, mas apenas o atrapalha.
O que há é apenas o cuidado, o querer saber se está bem, puro reino da liberdade. Isso talvez nos poupe enormes problemas e nos torna mais próximos, afinal, a confiança deve ser a base de qualquer relacionamento.
Olhando para trás no nosso relacionamento só me faz querer olhar para frente. Vermos o que alcançamos até hoje, só me impulsiona a continuar seguindo nesse caminho que temos seguido.
Dizer que te amo ainda é necessário, por isso digo que te amo, hoje muito mais que há 10 anos atrás, afinal, o amor é construído com a vivência e por isso que ele só cresce a medida que o tempo passa.
Comemoremos, celebremos a vida e a alegria de estarmos juntos há tanto tempo, sempre na esperança de continuarmos juntos até que a morte nos separe. (Aqui adotando uma visão clássica cristã, embora talvez possamos querer algo para além da morte, mas teríamos que abrir mão de alguns pressupostos que adotamos. heheh)
Te amo, Priscilinha !